Em meu último ritual, me conectei muito com Jesus, com Moisés. Na verdade, o arquétipo do pastor. A liberdade, leveza, solidão e reflexão das incontáveis horas cuidando do rebanho. Atravessa-me o amor incondicional pelos seres humanos, um amor desapegado (se não for, não é amor, né?) da identidade Helena e da vida material. É um pedaço do arquétipo dos Messias que existe em mim (e que existe em todos nós, alimente o seu), eu acho.

Estava assistindo uma competição de dança de grupos de kpop (sim, isso mesmo) e então esse amor incondicional me atravessa instantaneamente. Um sopro que chega a doer o chakra cardíaco. "Olha só o que os humanos fazem. Eles criam a Arte para se divertir, se identificar ou preencher, enfim..." pensei. 

"Passamos pela praia. Os salva-vidas. Um sistema que inventamos para poder aproveitar as praias com segurança. Incríveis somos nós, os humanos, o que a gente constrói." - meu peito aquece. Vi uma moça sorrindo ao celular, acho que estava apaixonada, eu sorri também. Depois, refleti dando risada. Parece até que são os Deuses espiando, através dos meus olhos, a obra Deles, a humanidade, a natureza... tipo uma mãe orgulhosa dos filhos. 

Lembrei de quando contei uma história bem comovente e famosa, para meus familiares. Um pai, vai ao julgamento do jovem que assassinou seu filho na porta de casa, por conta de uma bala perdida. Lá, ele pede autorização, abraça o assassino do filho e diz que o perdoa. Todos choram, o pai, o assassino, o juiz, o júri... "É um absurdo!" disse alto e bravo o meu familiar para mim, batendo com a mão na mesa. E logo depois, estavam eles falando sobre Jesus...