03 | Êxtase Sagrado: Musas, Ninfas, Apolo e Hermes

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Comecei esse ritual como se começam todos os rituais. É interessante eu tê-lo iniciado na simplicidade da bruxaria que pratico (consistindo num RmP e uma vela acesa dentro do caldeirão) e ter sido tão, tão intenso. Sentei na varanda e abri meu livro de alquimia, pensei em folhear as imagens e prestar atenção nos insights que viriam. Não havia propósito além de aterrar os primeiros seis meses do ano, relaxar com inicio das férias da universidade. Até chegar na imagem da página treze. Era uma pintura clássica da alquimia, era Mercúrio. 

A imagem de Hermes penetrou a minha mente feito psicopompo que Ele é. Então tudo ficou púrpura. Havia montado uma playlist no dia anterior. Dei play no aletório e então começou a tocar "Invocação às Musas" - ok, mensagem recebida.


Fui para a cama com a caixa de som. Amor incondicional. Senti o sabor do chocolate mais delicioso nos meus lábios (o hidromel, o vinho dos Deuses, aqueles sabores divinos que lemos nas mitologias), mulheres púrpura - não sei se eram as Ninfas ou as próprias Musas - me beijavam, todos os meus sentidos se aguçavam e sentia apenas o prazer pleno, o prazer sagrado, a magia sexual - é claro que lembrei do Aleister e de Babalon, mas essa conversa deixamos para outra hora. 

Mais amor incondicional. Meu corpo se dissolvia no prazer, já não existia mais Helena, apenas *insira aqui meu Nome de Alma* e quando lembrava da minha existência material, existência física, não queria deixar de sentir aquele êxtase e suplicava para passar a eternidade ali. Então Deus Dourado (era Apolo ou era Hermes? não sei dizer) me beijava e me dizia que nos meus sonhos, no meu sono, encontraria sempre este estado de vibração espiritual. Amor.

Aprendi muito em três, quatro horas de ritual, talvez o ritual mais intenso que vivi até hoje. Morri e renasci. É interessante que sempre volto para o dilema de querer compartilhar o que vivi, por vocês, pelos Deuses - e por que acredito que a felicidade boa é felicidade compartilhada. Existe amor incondicional nessas palavras. Mas, por outro lado, existe também uma melancolia e um cansaço que me gritam: não adianta.

Continua, com amor, 
Helê


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