A Bruxa Acerta Quando Erra

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Tudo que dá errado dá certo. Em um mês de espera para ritualizar na lua cheia, tomei um banho de cabeça com a magia das flores brancas (uma poção que a ideia inicial era para ser um perfume, o “deu errado” dando certo novamente), purificando os pensamentos, removendo os lamaçais das dores e tornando a mente transparente para receber a luz do divino: resultou em enxaqueca. Eu, que nunca tenho dores de cabeça, precisei cancelar meu ritual que aguardei tão ansiosamente.

Frustrei-me totalmente e fiquei indisposta para tudo. Mas então, os dias que se sucederam foram incríveis, a ponto de eu poder realizar meu ritual - mesmo tendo passado a lua cheia. É sempre assim. Enquanto realizava, aleatoriamente, a playlist tocava uma música que nunca ouvi,“Moon Ritual”, confirmando aquilo que já não era mais necessário dizer. A cada ritual que faço, o ensinamento: confia. Larga o perfeccionismo e a mania de controle. Tá tudo certo. Mas o que fazer quando sabemos disso, digo, racionalmente entendemos o problema e aquilo que os Deuses querem nos ensinar, porém é difícil de colocar esse aprendizado em prática?

Ritualizamos novamente. E em cada ritual, lembramos aquilo que é preciso ser relembrado. Desta vez, decidi, apesar de toda resistência, realizar um ritual solitário e estruturado (ainda está nascendo, no processo de criação) toda a lua cheia, para lembrar o que já sei, mas que sempre esqueço, afinal, temos na alma o pedaço do divino, porém somos revestidos deste “carro” chamado corpo. Nós, os condutores do carro, às vezes esquecemos disso, esquecemos do que somos/estamos (memento mori?).

A nível de curiosidade e inspiração, direi quais serão os feitos desses rituais lunáticos. Primeiro, o banho de cabeça com as flores brancas purificadoras. Depois de passar meses criando o perfume (que tornou-se banho mágico), descobri no Museu Egípcio que um perfume muito semelhante era oferecido ao Faraó e limpeza de estátuas dos Deuses Antigos. Esse mesmo perfume eu fiz para os Deuses e meus amuletos, adicionando plantas venenosas poderosas. Assim o ritual se sucede com a energização de amuletos, estátuas, joias, cristais e feitiços com esse perfume venenoso. Isso tudo é a purificação. Claro que neste momento já estou com o banimento feito e a casa limpa. 

Ofereço então um copo de água fresca aos mortos, dispondo fotos de meus ancestrais, ao final do ritual bebendo a água com suas bênçãos e recolhendo suas fotos. Acendo uma vela no caldeirão, com a estatueta de Seth. Sento-me próxima à chama e medito, toco tambor, canto… recebo e ofereço o que devo receber e oferecer depois de fazer as invocações e evocações. Interessante foi perceber que há necessidade também de realizar algo com O Gato, espírito guardião da Jornada da Bruxa, mas sei que é na próxima lua cheia que a inspiração virá.

Com carinho,

Hele

❤️






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