Sacerdotisa da bruxaria, pratica magia há 13 anos e se identifica com a filosofia perene - ideia de que a verdade é uma só, mas foi disseminada em cada cultura, tempo e localização de forma diferente atendendo as necessidades daquele momento, ou seja, todas as fés são válidas e têm algo a nos ensinar. Estuda as mais diversas religiões e filosofias, acrescentando aquilo que faz sentido à sua vida espiritual. A Helê acredita que estudando e praticando, algum dia chegará ao caminho natural do ser humano: a sabedoria.
O Medo do Futuro e a Certeza do Destino
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O Medo do Futuro e a Certeza do Destino
Sinto que meu aprendizado atual está sendo sobre destino e meu medo do futuro. Há algumas semanas, eu estudava sobre mitologia, na qual a história do herói começava no oráculo de Delfos - nada de novo sob o sol. Um dos focos da história é o erro de tentar mudar a profecia das pitonisas, a leitura que o oráculo fazia do futuro.
A tentativa de controlar o destino leva a cumprir a profecia. Um homem descobre que seu neto irá matá-lo, assim, proíbe a filha de se envolver com homens, prendendo-a numa torre. Ela engravida de Zeus, que a admira e a fecunda na forma de uma chuva dourada. Quando o pai dela descobre que ela tem o bebê (por acaso, esse bebê se chama Perseu), manda ela e o bebê embora, sem rumo, pelo mar, num barco sem remos. Zeus pede que Poseidon a proteja.
Ela e o bebê chegam, através da proteção do mar, em uma ilha. O bebê cresce e, já adulto, numa competição de jogos, mata acidentalmente o seu avô, que era desconhecido para ele e estava na plateia. Não dá para fugir do destino. Os deuses estão nos assistindo, nos protegendo.
Assisti a uma série com a mesma lógica. Era sobre um homem capaz de ver o futuro e tentava concretizá-lo ou mudá-lo. O caos acontece durante esse processo de autodescoberta e decisões. Hoje, uma pessoa muito espontaneamente, começou a me falar de como passou por um processo espiritual intenso, sem querer, “simplesmente aconteceu”, como obra do destino.
É claro que acredito em destino, mas não sem a autorresponsabilidade. Eu planto o que quero colher. Cumpro meu papel para estar onde deveria estar. Assim, passo pela vida de alguém (a sua, talvez?) e faço parte de algo importante na vida dela… como hoje, dei para alguém um livro que, para ela, faz muito sentido e será muito especial, porém para mim não mais.
Ao mesmo tempo, tenho medo do futuro. E agora? Tenho vinte e seis anos, e…? Então leio um artigo, escolhido aleatoriamente, que discorre sobre a iluminação (tornar-se Buda) através de viver o presente. Como viver o presente no capitalismo? Um olho na meditação e outro olho no LinkedIn?
Planta. Confia no destino. Os deuses te guiam. Colhe. (Repito para mim)