Sacerdotisa da bruxaria, pratica magia há 13 anos e se identifica com a filosofia perene - ideia de que a verdade é uma só, mas foi disseminada em cada cultura, tempo e localização de forma diferente atendendo as necessidades daquele momento, ou seja, todas as fés são válidas e têm algo a nos ensinar. Estuda as mais diversas religiões e filosofias, acrescentando aquilo que faz sentido à sua vida espiritual. A Helê acredita que estudando e praticando, algum dia chegará ao caminho natural do ser humano: a sabedoria.
Confissões em Registros Oníricos: Lilith e Hécate
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Estava conversando (ou discutindo?) com meu namorado. Não recordo o conteúdo da conversa, se era boa ou ruim, mas recordo de dividir-me em duas, como uma mulher de duas cabeças. Uma cabeça, a que eu ainda tinha consciência, permaneceu paralisada, como se estivesse em outro plano. Então, a cabeça gêmea começou a falar, e assim eu soube que era a deusa Lilith falando com ele, através de mim, no meu sonho.
Tempos atrás, fiz uma experiência de magia sexual: um sigilo criado através da junção do sigilo de Lilith, de Babalon e meu sigilo pessoal. Os resultados foram experiências incríveis envolvendo a energia vital (Kundalini) e magia sexual. Na mesma época, descobri uma amarração amorosa, antiga e poderosa, que haviam feito para mim, utilizando a força de Lilith como potencializador (tudo certo, não se preocupem, a amarração foi expurgada há tempos). O ponto é que fiquei sem entender o sonho (tá, eu entendi algumas coisas, é óbvio, a sexualidade, o poder feminino, a sombra… mas sabe o quando falta uma peça do quebra-cabeças?), o que quis dizer?
Principalmente pois, depois desse sonho, na mesma noite, tive outro. Dessa vez, eu andava na rua e via flores brancas (são as minhas preferidas), aquelas mais cheirosas, laranjeira, dama-da-noite, que eu amo para fazer perfumes artesanais. Comecei a colher para transformá-los em fragrâncias.
Até que cheguei numa estátua de Hécate (que tem uma relação muito íntima com o boy), com uma dama-da-noite em seu colo. Peguei a maior parte das flores que podia, inclusive a do colo de Hécate. Então o sonho ficava confuso, as flores começaram a fugir de mim quando ventava, uma cobra esquisita, deformada, apareceu e mordeu a Zelda (minha cachorrinha) que ainda era só um filhote (eu a adotei já adulta, não a conheci filhote). Finalmente, os símbolos ficaram confusos até que o sonho não faz mais sentido e para de ser um sonho com sensação de importância.
Acordei e uma das primeiras coisas que meu namorado falou foi: “O que você sonhou hoje?” e então disse-me que falei muito durante a noite, frases indecifráveis. Bom, resultados? Acho que vou colher algumas damas-da-noite e fazer um perfume (ou um óleo de benzimento) para ele - para nós? - Sei que tudo isso fará sentido em breve, então eu volto para te contar.